Esses são os discos mais ouvidos do mês de fevereiro/23 nesse bat-canal, segundo o Spotify. Essa edição deveria ter saído no mês passado, mas ficou para agora. Até que eu gostei do atraso já que isso fez coincidir com a Semana Santa, evento importante nessa edição.
O escolhido da vez foi 🥁 rufem os tambores 🥁 Born This Way (2011) da Lady Gaga.
Faz um tempo que sou fã da mother monster e devido ao viral de Bloody Mary no TikTok, acabei por revisitar o Born This Way no final do ano passado. Desde então, tenho ouvido MUITO esse disco.
A extravagância e a irrelevância de Lady Gaga é uma marca tão forte do seu trabalho que mesmo quem não a conhece muito bem, ou que a odeie enquanto artista, já notou. É impossível negar que a nova iorquina mudou os rumos da música pop e deixou sua marca estética no mundo.
Stefani Joanne Angelina Germanotta, conhecida pelo nome artístico de Lady Gaga, nasceu em Nova York, em 1986. Gaga estudou no tradicional colégio católico Convent of the Sacred Heart e na na Tisch School of the Arts da Universidade de Nova Iorque. Desde jovem, mergulhou no mundo da música e dos estúdios e foi conquistando seu espaço.
Born This Way (2011) é seu segundo álbum de estúdio e polemizou ainda no lançamento do single Judas. Sim, o Judas é o mesmo que entregou Cristo para a morte, agora em uma versão mais moderna e pop. A música foi lançada durante a Semana Santa de 2011 e no melhor estilo Like a Prayer, irritou a comunidade católica. Na letra, Gaga canta que reconhece Jesus como sua salvação, mas não consegue lutar contra sua paixão por Judas. Sobre a composição, Gaga disse em entrevista:
[…] que embora existam momentos e relações na minha vida que sejam cruéis, eu ainda estou apaixonada por Judas. Eu ainda retorno à essas coisas malignas […] A canção é sobre honrar sua escuridão a fim de encontrar a luz (Tradução livre).
No polêmico clipe de Judas, que aliás é dirigido por Gaga, Jesus e seus apóstolos são uma gangue de motoqueiros. Gaga interpreta Maria Madalena que sugestivamente possui uma relação romântica com Jesus, ainda que flete furtivamente com Judas.
O ponto de encontro da gangue apostólica é um local denominado Electric Chapel, uma espécie de Jerusalém, onde Madalena lava os pés de seus amados com suas lágrimas e seca com seus cabelos. Conforme a Bíblia conta, Jesus é marcado por Judas, e pouco depois é torturado e crucificado. No clipe, quem enfrenta o calvário é Madalena, que é apedrejada até a morte vestida de noiva. Gaga afirmou que esse final foi incluído na obra pois ela sabia que ao usar a mitologia cristã como arcabouço para elucidar e tratar suas feridas seria apedrejada até a morte simbolicamente. Os setores da Igreja Católica de fato a apedrejaram, mas assim como seu par romântico, Gaga tornou-se um ícone e motivo de culto.
As outras músicas de Born This Way não ficam atrás de Judas. Aliás, a própria faixa Born This Way tornou-se um hino sobre aceitação, especialmente para a comunidade LGBT+, e nos apresentou uma Gaga alienígena parindo uma nova raça. O clipe da música é uma superprodução de 7min20seg que tem início com a narração de Gaga do documento Manifest Of Mother Mons†er. No texto, Gaga diz que em um território alienígena dominado pelo governo uma nova raça sem preconceitos e julgamentos está nascendo e que precisa ser protegida contra as forças do mal.
Nem só de Maria Madalena e alienígenas vivem as personas de Gaga. No clipe de You and I, Gaga interpreta vários personagens, cada um representando um traço de suas experiências e convicções de vida, entre eles Jo Calderone e a sereia Yüyi. Vale lembrar que Gaga é fã declarada de David Bowie, de quem bebeu da fonte em sua performática.
Todas as músicas do álbum são incrivelmente boas e possuem tantos elementos nos aspectos melódicos e líricos que é preciso ouvi-las várias vezes para absorver tudo. Outras letras além de Judas utilizam os temas da Igreja Católica, ainda que discretamente. Mensagens sobre aceitação, superação e claro, sobre romances intensos também marcam presença nas faixas.
Através de sua potência criativa, Gaga de fato deu à luz a algo novo já que sua extravagância e irreverência não eram vistos no mundo da música pop a um certo tempo. A temática dark, arrisco a dizer gótica, e as batidas eletrônicas mescladas com riffs de guitarra e linhas de baixo bem trabalhadas também foram grandes trunfos da era Born This Way.
Bem, muito mais poderia ser dito sobre Born This Way e toda gigantesca e frutífera carreira de Gaga, mas o melhor que você pode fazer agora é comemorar a Páscoa ouvindo essa obra prima da música pop.
P.S: A Hellen da
me lembrou dessa música chuchu beleza do Raul Seixas.⭐recomendações que ninguém pediu⭐
❤️Crest of a Knave (1987) do Jethro Tull
Álbum bom demaaaais de uma banda de prog que encontrou os anos 80. O destaque fica, claro, para o exímio flautista que Ian Anderson é e para as músicas Farm on the Freeway e She Said She Was a Dancer. Essa descoberta foi uma indicação da Hellen da newsletter
.❤️Discography - Complete Singles Colletion (1998) do Pet Shop Boys
Uma coletânea com as melhores músicas da dupla, é uma ótima oportunidade para adentrar ao mundo dos sintetizadores e tecladinhos de Neil Tennant e Cris Lowe.
❤️London Calling (1979) do The Clash
Um álbum fantástico, cheio de gingado e de linhas de baixo marcantes.
❤️Stay on These Roads (1988) do a-ha
Esse é só para não perder o costume rsrs A música de mesmo nome do álbum, Stay on These Roads, é uma das minhas favoritas da banda. Gosto bastante de todo o disco, mas vale o destaque para a The Living Daylights, tema do filme do James Bond de mesmo nome lançado em 1987.
É isso por hoje, tchau.
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Adoro essa época da Gaga! Eu passei a quinta-feira ouvindo Judas (do Raul), mas pensando em Ju-da-as! hahahaha
E amei a citação! Raul e Jethro Tull são das coisas mais preciosas pra mim ♥ Obrigada