Se você tem a impressão de que já viu essa publicação, é porque ela saiu a alguns meses atrás. Essa é uma reedição que contém a mudança de data do encontro e nas regras de participação do Clube do Livro Musical.
Lembro bem de como conhecia Patti Smith. Um dia de dezembro ou janeiro, por volta de 2010 ou 2011. Minha avó, que era minha vizinha, foi viajar e pediu para que eu e minha mãe dormimos na casa dela, para garantir que tudo estava nos conformes e afastar curiosos. Nós tínhamos um portão entre os muros, igual aquele na casa da Bebel e da Dona Nenê em a A Grande Família, sabe?
Eu amava dormir lá porque sempre tinha uma coisa gostosa para comer, tinha a TV com antena parabólica e a Internet, que não tinha na minha casa. Ah, e tinha também o ar condicionado e o banheiro em uma situação decente para uso humano, coisa que a minha casa também não tinha naquela época. E
Quando minha mãe ia dormir, a festa começava. Eu assistia TV até tarde, ouvia Guns N’ Roses no Youtube, mandava mensagem no MSN e beliscava os petiscos da geladeira. Assistia Skins na MTV, o documentário Tempos de Rebeldia no Futura - que eu AMAVA -, e Flash Gordon (1936) em algum canal que eu não lembro qual era.
E por falar na nisso, foi no Clássicos MTV, programação da madrugada, que eu conheci a Patti Smith. O clipe de People Have The Power era exibido sempre, acompanhada de I’m on Fire do Bruce Springsteen (eu poderia escrever uma edição somente sobre meu amor a esse clipe, mas fica para outro dia) e de Gimme All Your Lovin’ do ZZ Top. Acho que passava o clipe de Because The Night também, mas era cantada pelo Springsteen - só descobri que a música é da Patti a pouco tempo.
Nunca fui uma especialista na discografia da Patti, nem acompanhei sua carreira intimamente, mas ela sempre estava perto de mim, talvez por me lembrar de momentos de felicidade genuína na minha adolescência.
Quando descobri que ela tinha vários livros publicados, fiquei curiosa para ler, mas procrastinei até que no ano passado, ganhei o Só Garotos no amigo secreto daQuerido Clássico.
Alguns meses depois, me mudei, novamente, para Maringá e levei o Só Garotos comigo. A nova cidade não funcionou para mim, e acabei voltando, mas a Patti, mesmo sem saber, marcou um momento muito importante da minha vida, de novo, mas dessa vez em uma ocasião não tão feliz.
Só Garotos conta a vida de Patti Smith ao se mudar para Nova York, no início dos anos 60. Lá, Patti conheceu Robert Mapplethorpe, que foi seu amigo e companheiro até sua morte prematura em 1989. Os dois mantiveram contato por toda vida, mesmo que em certo momento, tenham seguido caminhos diferentes.
A relação dos dois ultrapassou muitos conceitos engessados a respeito do gênero e sobre os papéis “amorosos” que devemos desempenhar. A todo momento, durante a leitura, me pegava perturbada, incomodada, porque tudo que lia me provocava, me contestava. Nesse sentido, fui adolescente de novo, curiosa e admirada; a mesma que encontrou Patti anos atrás enquanto zapeava entre canais.
Em Nova York, Patti vendia o almoço para comprar a janta. Passou poucas e boas e passou, inclusive, pelo infame Chelsea Hotel. Atravessou a pandemia de HIV nos anos 80, e todo o preconceito ao redor do tema. Robert se foi, a efervescência artística do Chelsea também, mas a Patti continua aqui, perturbando a cabeça de meninas não tão aventureiras quanto ela.
Apesar de Só Garotos ser um livro essencialmente triste, é uma das obras mais bonitas que eu já li.
Nosso encontro para conversar sobre o Só Garotos será dia 01 de março ás 20h (horário de Brasília).
Eaí, bora ler juntos?
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A participação é gratuita e todos são bem-vindos!
⭐recomendações que ninguém pediu⭐
Esse texto fabuloso daLalai Persson, na newsletterEspiralsobre Patti Smith e gênero. Leia e admire ainda mais a potência dessa mulher!
Leia também A trajetória da poesia e do rock‘n'roll de Patti Smith em Só Garotos da Juliana Toivonen naQuerido Clássico
É isso por hoje, tchau.
✨ Leia também minhas outras publicações na Querido Clássico e na cidade do pé junto! ✨
Como escritora de literatura fui convidada, pela primeira vez, para falar sobre o meu conto A Manha publicado na Revista Contos de Samsara e é claro que estou RADIANTE. Se quiser ouvir, só acessar o link abaixo. O projeto é tocado pelo Filipo Brazilliano que coordena o Clube de Leitura Ordem da Traça dedicado a ler contos publicados em revistas digitais.
<3
Esse livro da Patti tá aqui faz tempo esperando pra ser lido...
mais um lembrete pra começar a ler este livro!!! uhuuu