Os discos mais ouvidos do mês de outubro nesse bat-canal contou com a presença ilustre de Taylor Swift e o aclamado Midnights, Maneskin e o disco novo do A-ha, o True North.
O escolhido da vez foi 🥁 rufem os tambores 🥁 Heartbeat City (1984) do The Cars.
reclames do plimplim:
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Pelas minhas pesquisas, Drive do The Cars fez bastante sucesso e por isso tocava muito na rádio. Como uma criança que atravessava madrugada adentro ouvindo aqueles quadros de Love Songs, pode ser que eu tenha descoberto ela aí. Passei a vida toda escutando essa música, mas a pouquíssimo tempo parei para pesquisar sobre a banda e ouvir mais canções. Não preciso dizer que adorei (ao contrário, provavelmente não estaríamos aqui).
A The Cars é uma banda de new wave norte americana formada em 1974 por Ric Ocasek (guitarra e voz) e Benjamin Orr (baixo e voz) que se conheciam desde os anos 60 e já tinham trabalhado juntos em outros projetos musicais. A partir dessa amizade, os dois juntaram-se com Greg Hawkes (teclados e backing vocals), Elliot Easton (guitarra solo e backing vocals) e David Robinson (bateria) e formaram a The Cars.
Heartbeat City é o quinto álbum da The Cars, lançado em 1984 pela gravadora Elektra Records e produzido por Robert John “Mutt” Lange que já havia trabalhado com bandas como Def Leppard e Foreigner. Drive, a música que citei no começo, pertence a esse álbum e embora Ocasek fosse o vocalista principal, quem a canta é Orr. A modelo Paulina Porizkova, que atua no clipe de Drive, casou-se com Ocasek e os dois permaneceram juntos até meados de 2016.
A primeira faixa do álbum, Hello Again, foi gravada com vocais de apoio do Def Leppard. Quando eu ouvi essa música pela primeira vez, eu fiquei com a impressão de que ela se parecia com algo que eu conhecia, mas não sabia o que. Depois de saber que o produtor das duas bandas foi o mesmo, tudo fez sentido. É interessante ver que como um diretor de filme, o produtor musical consegue dar toques nas bandas e de certa forma deixar sua marca.
O videoclipe de Hello Again é dirigido por Andy Warhol e Don Munroe, sendo que Warhol aparece em uma das cenas como bartender. O clipe começa com um grupo de jovens sendo entrevistados em um talkshow a fim de discutir a relação entre sexo e violência, programa que Warhol está assistindo enquanto seca copos no bar, quando um carro irrompe no meio do estúdio e a música começa.
A Stranger Eyes é uma das minhas favoritas do álbum e foi usada em um dos trailers do Top Gun, mas nunca entrou para a trilha oficial. Uma pena. Why Can’t I Have You é uma daquelas com alto potencial de despertar memórias de amores mal sucedidos.
Uma característica dos clipes do The Cars é a extravagância e o uso de tela verde. Claro que mullet e ombreiras era o estilo da época, mas não deixa de ser legal. O clipe de You Might Think é com certeza uma das coisas mais deliciosamente bregas já feitas, além de ser meio assustador.
O álbum todo é muito bom e vale muito a pena tirar um tempinho para ouvir. O tecladinho, o sintetizador, aquela bateria seca das batidas eletrônicas é puro suco dos anos 80.
Depois do Heartbeat City, a banda lançou mais um trabalho em 1987, o Door to Door e se desfez em seguida, aparentemente por conta das brigas entre Orr e Ocasek. Em 2011 a banda se reúne novamente e lança o álbum Move Like This. O reencontro acontece sem Orr, que havia falecido em 2000, aos 53 anos de idade, devido a um câncer. Em 2019, Ocasek é encontrado morto em casa por sua ex esposa Paulina, a modelo do clipe Drive.
O Benjamin Orr, especificamente, parecia ser uma figura bastante interessante. Ainda não consegui pesquisar muito sobre sua carreira solo, que foi bem curta, mas fica a dica: joga o nome dele no Youtube e dá uma conferida nas músicas. Vale muito a pena.
E por falar em carros…
🚗 Crash (1973) do autor inglês J. G. Ballard é um livro, no mínimo, excêntrico e foi uma das coisas mais desafiadoras e geniais que eu já li nos últimos tempos. A história gira em torno de um grupo de pessoas completamente enlouquecidas por sexo e acidentes automobilísticos. Eu nunca imaginei que era possível descrever tantas maneiras de transar relacionando-as com peças, batidas, feridas, graxa, e acidentes de carro. Sério, eu conseguia sentir o cheiro de pneu queimado no asfalto, sêmen, suor e sangue. Chega a ser enjoativo. O livro é curto, mas eu demorei meses para terminar porque ele é pesado. Ainda assim, é uma das minhas leituras preferidas do ano.
O David Cronenberg - e quem mais poderia ser? - dirigiu em 1996 uma adaptação cinematográfica desse livro que ficou uma coisinha linda.
🚗Menção Honrosa a nossa querida, inigualável e inesquecível Christine, O Carro Assassino (1983), adaptação de John Carpenter da obra de Stephen King.
🚗 E, se por acaso você tiver que pegar a estrada para encontrar seu amor em uma cidade distante, coloque essa playlist para rolar e depois me conta como foi.
É isso por hoje, tchau.
Esses clipes! Não conhecia nada, foi uma viagem incrível, muito obrigada ❤️