Rainbow – Straight Between the Eyes (1982)
love was here and gone like a thief in the night | Fevereiro, 2024
Esses são os discos mais ouvidos do mês de fevereiro/24 nesse bat-canal, segundo o Spotify.
O escolhido da vez foi 🥁rufem os tambores🥁 Straight Between the Eyes (1982) do Rainbow.
Um parênteses antes de começar
Não sei o que aconteceu com a colagem de fevereiro, mas ela foi gerada com esses espaços vazios em preto que não consegui preencher. O nome do álbum até aparece, mas a capa não. Além disso, você pode reparar a quantidade de reproduções de canções infantis. Não, eu não tive um filho ou algum bebê que tenha visitado a minha casa. Na verdade estou trabalhando com educação bilíngue de crianças e essa é a justificativa para o Super Simple Songs ter sido um dos hits no meu Spotify. Essa experiência tem sido bastante interessante porque dia após dia descubro obras musicais, audiovisuais e literárias que são destinadas ao público infantil extremamente bonitas e criativas. Quem sabe posso falar mais disso aqui em breve, mas por enquanto estou acessando as músicas infantis pelo Youtube Music para não bagunçar meu Spotify.
Dois links legais de obras audiovisuais infantis.
Fim do parênteses
Fenômenos físicos sempre me parecem complicados, embora muito interessantes. Não é à toa que eu levei bomba em Física na faculdade dois semestre seguidos. Pois é, meu diploma diz que sou Antropóloga (apesar de trabalhar em outra área), mas cursei um tempo a graduação de Química.
O lance é que o arco-íris, ou Rainbow em concordância com a banda dessa edição, acontece por conta de um fenômeno físico denominado refração. A luz solar, ao atravessar as gotículas de água suspensas no ar após a chuva, sofre uma espécie de desvio de percurso e se decompõe formando o arco-íris. Me parece muito curioso, e complexo, conceber a ideia de que a luz branca se divide em várias partes e origina novas cores. Um desvio na rota pode mudar tudo. Tão complicado quanto às leis físicas, só a história do Rainbow. A banda, não o fenômeno.
A Rainbow foi fundada em 1975 por Ritchie Blackmore, guitarrista ariano de gênio difícil que tinha pedido as contas do Deep Purple. A banda teve muitas, muitas, formações e eu não vou falar de todas para não transformar essa edição em uma lista interminável de músicos. Para mais detalhes, consulte a Wikipédia.
Entretanto, é importante dizer que ao formar o Rainbow, Blackmore convidou para os vocais ninguém mais ninguém menos que Ronnie James Dio que até então cantava na Elf, uma banda iniciante que abria shows do Deep Purple. Juntos, Blackmore e Dio, gravaram 3 álbuns em 4 anos: Ritchie Blackmore's Rainbow (1975), Rising (1976) e Long Live Rock ‘N’ Roll (1978), respectivamente. O primeiro deles tem um lugar especial no meu coração: lembro de ouvir muito esse disco nos rolês da faculdade com uma amiga querida. O Rainbow era do Blackmore, como o nome sugere, mas a posse foi socializada nos trabalhos seguintes. Quer dizer, mais ou menos já que quem mandava e desmandava, demitia e contratava era Blackmore e ninguém mais. Em 1978 Dio abandona o Rainbow para substituir Ozzy Osbourne nos vocais do Black Sabbath (que currículo, né?).
A banda grava Down to Earth (1979) com um novo vocalista, Graham Bonnet. Em seguida um novo vocalista assume, Joe Lynn Turner (outro ex-Deep Purple). Em 1981 a banda lança o disco Difficult to Cure e finalmente, em 1982, Straight Between the Eyes.
A formação de Straight Between the Eyes contava com o já citado Joe Lynn Turner nos vocais, Roger Glover (ex- Deep Purple) no baixo, Bobby Rondinelli na bateria, David Rosenthal e claro, Ritchie Blackmore na guitarra.
Enquanto Dio ainda estava na banda, era nítida a influência medieval, por assim dizer, que ele exercia nas composições. Fazendo devida justiça ao ego do Blackmore, essa sonoridade não era atributo apenas do Dio, mas também dele próprio, tanto que agora compõe a banda Blackmore's Night, trabalho totalmente voltado ao estilo folk-rock.
Com a saída do Dio, o Rainbow se encaminhou para uma pegada bastante diferente. Não sei dizer se a intenção era testar um novo estilo mais próximo do hard rock, num retorno às origens no Deep Purple de Blackmore, ou se a preocupação era em produzir algo mais comercial. Sei que a escolha de Joe Lynn Turner como vocalista da nova fase foi acertada. Particularmente, gosto bastante desse período.
Stone Cold, uma das músicas do álbum, é uma das minhas preferidas da banda; uma balada oitentista da melhor qualidade. Eyes of Fire lembra muito a sonoridade do Deep Purple, o que não é uma coincidência, claro. Death Alley Driver, a música de abertura, é empolgante. Miss Mistreated é uma provocação a David Coverdale, outro ex-membro do Deep Purple, frontman do Whitesnake. Segundo contam, Blackmore teria tocado Mistreated, canção do Deep Purple, no disco ao vivo do Rainbow, On Stage (1977). Coverdale não gostou, já que a música é co-escrita por ele e exigiu direitos autorais. O final da história eu não sei, só sei o que dizem por aí.
Os videoclipes dessa fase do Rainbow envelheceram muito mal. Joe Lynn Turner, apesar de um excelente vocalista, não é lá muito carismático e a fotografia dos clipes só é estranha mesmo. Aliás, os anos bateram ruim não apenas para os videoclipes, mas também para Turner que agora é um conspiracionista anti-vacina.
Para os caxias de plantão esse álbum provavelmente não vai agradar, mas se assim como eu você curte um rock n’ roll farofa, com certeza vale a pena ouvir e revisitar Straight Between The Eyes. No ano seguinte a banda ainda lança Bent Out of Shape (1983), o último disco antes do retorno de Blackmore e Glover ao Deep Purple além de marcar o final da parceria com Joe Lynn Turner. Em 1995 a história acaba como começou e a banda lança seu último álbum de estúdio, Ritchie Blackmore’s Rainbow: Stranger in Us All.
Pensando aqui: é engraçado que as duas grandes bandas da vida de Blackmore tenham uma relação com cores, assim como seu próprio nome. Provavelmente não tem nada a ver com nada, eu que estou imaginando coisa.
⭐recomendações que ninguém pediu⭐
Uma coletânea com vários artistas e datas de lançamento altamente recomendado para quem tem uma criança em casa e/ou quer introduzir outra língua.
❤️ One of These Nights (1975) do Eagles
Simplesmente um dos melhores álbuns já feitos e um dos vinis mais bonitos que possuo. Não me canso de ouvir.
❤️ War (1983) do U2
Eu recomendei na edição passada, mas fica aqui novamente o aviso.
❤️ Achtung Baby (1991) do U2
Excelente álbum que resenhei no último mês, então se você ainda não leu clica aqui.
É isso por hoje, tchau.
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